Palestrante

DANIEL SOLON DIAS DE FARIAS

Formado em Ciências Biológicas, nas modalidades de licenciatura (2012) e bacharelado (2016), pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte; Mestre em Ciências Biológicas pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2014), Doutor pelo Programa de Desenvolvimento e Meio Ambiente, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2018); pós-doutorando e Docente Externo colaborador do Programa de Pós-graduação em Biologia Estrutural e Funcional, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2022); desenvolvendo estudos nas linhas de pesquisa de avaliação de impactos antrópicos, de ecologia, comportamento e morfologia de tartarugas marinhas, mamíferos marinhos, aves marinhas e peixes; tem experiencia na elaboração e execução de Planos de Emergência Ambientais e atendimento de fauna marinha oleada, com participação em simulados e de ações reais de resposta à fauna oleada no Brasil. Participou de treinamentos de Incident Comand System (ICS 100/200/300/320); assim como da elaboração de protocolos de atendimento e reabilitação de fauna marinha oleada e não oleada. Coordenador técnico executivo do Projeto Cetáceos da Costa Branca, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (PCCB-UERN); Gerente técnico operacional do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia Potiguar (PMP-BP); É membro da Rede de Conservação de Tartarugas Marinhas do Nordeste do Brasil (RETAMANE) e membro da Rede de Conservação de Tartarugas Marinhas do Atlântico Sul Ocidental (REDE ASO); Presidente do Centro de Estudos e Monitoramento Ambiental (CEMAM). Principais áreas de atuação: Morfologia, com ênfase em histologia, ecotoxicologia alimentar, avaliação e mitigação de impactos antrópicos em animais marinhos e educação ambiental.

Impactos do lixo à fauna marinha e perspectivas para conservação

Define-se como lixo marinho qualquer material sólido descartado persistente, manufaturado ou processado, eliminado, abandonado ou perdido no ambiente marinho e costeiro. Seu impacto direto e indireto na biodiversidade marinha já afetou cerca de 1200 espécies, com o destaque para o plástico. Acredita-se que a maior disponibilidade de plástico no ambiente marinho, com diferentes cores e formatos, associado aos diferentes estágios de vida, hábito alimentar e localização na coluna d’água dos mais diversos animais marinhos, possa aumentar a chance de encontro e ingestão do lixo. Nesse sentido, estudos sobre novas metodologias voltadas para a quantificação de tipos de detritos marinhos antropogênicos (AMD) são cada vez mais necessários. Para preencher essa lacuna, o índice alimentar (IAi) foi adaptado para quantificar e classificar o lixo marinho ingerido por tartarugas verdes encalhadas na Bacia Potiguar, nordeste do Brasil. Um total de 295 tartarugas-verdes foram analisadas, sendo classificadas como juvenis (JUV-I (n = 190) e JUV-II (n = 58)) e adultos (ADU (n = 47)). Os valores do IAi foram categorizados em principal (IAi ≥ 0,5), secundário (0,25 ≤ IAi < 0,5) e acessório (IAi < 0,25). Os resultados revelaram que o plástico macio transparente foi item acessório para os três grupos de tamanho e o segundo item mais frequente (IAi = 0,23) para JUV-I. As expectativas da produção de plástico são alarmantes, com tendência no crescimento em até 50% até 2025 e mais de 12 mil milhões de toneladas de plástico no meio ambiente até 2050, de maneira que haverá mais plástico nos oceanos do que peixes. Faz-se necessário um compromisso internacional para gerar uma mudança transformadora que deve incluir soluções pré e pós consumo guiadas pela ciência, como reduções substanciais na produção e uso de plástico, investimentos em gestão e recuperação de resíduos em todo o mundo.

Anfiteatro B   Palestrantes egressos do PRODEMA/UFRN - 06/07/2023 10:20 - 12:00