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O III Seminário Nacional do Comitê de Projeções e Estimativas Demográficas ocorre em um contexto pós-pandêmico, momento que evidencia para a sociedade a importância dos dados e indicadores demográficos para o monitoramento epidemiológico, bem como para orientar as ações dos agentes públicos, para o planejamento de políticas. Durante a pandemia, o contexto de gestões descentralizadas do sistema de saúde, somado à necessidade de otimização e distribuição de recursos médicos e financeiros, além da necessidade de vacinas, fizeram crescer a demanda por estimativas da população de qualidade, por idade e para unidades geográficas menores.
Nesse contexto, novas abordagens para estimativas e projeções populacionais têm entrado em discussão e têm sido desenvolvidas nos últimos anos, seja por meio da incorporação da incerteza dos modelos, seja pelo uso de novas fontes de dados alternativas (como os registros administrativos e dados espaciais). As atividades do comitê de Projeções e Estimativas Demográficas atendem uma demanda urgente dos formuladores de políticas públicas, levando em conta a realidade brasileira de rápidas mudanças demográficas, em territórios com diferentes graus de confiabilidade dos dados. A partir do tema "Censo 2022 e os desafios para a produção de estimativas e projeções demográficas", especial atenção será dada aos trabalhos sobre projeções e tendências demográficas, aos estudos que incorporem a análise da incerteza, bem como àqueles desenvolvidos para pequenas áreas, a partir de métodos demográficos e/ou espaciais.
Por todo o exposto, o III Seminário do Comitê de Projeções e Estimativas Demográficas (CPED), da Associação Brasileira de Estudos Populacionais (ABEP), tem por finalidade fomentar o desenvolvimento de estudos para a compreensão da realidade demográfica do país, com foco na produção de estimativas e projeções de população, especialmente em pequenas áreas, bem como o impacto da Covid-19 na dinâmica populacional, a partir da disponibilização dos primeiros resultados do Censo 2022. Será promovido um espaço oportuno de diálogo e compartilhamento de conhecimentos entre pesquisadores e docentes, de institutos de pesquisas e de universidades, além de discentes de graduação e pós-graduação; e de gestores públicos e sociedade civil em geral.
Histórico do Evento:
O I Seminário Nacional do Comitê de Projeções e Estimativas Demográficas CPED ocorreu em 2019 no Nordeste (em Natal/RN). O evento contou com a participação de pesquisadores de diferentes instituições, com destaque para a participação da demógrafa Helena Cruz Castanheira, Oficial de Assuntos de População do Centro Latinoamericano y Caribenho de Demografia (CELADE/CEPAL), das Nações Unidas. A pesquisadora Helena ministrou o workshop sobre projeções populacionais com metodologia das Nações Unidas, com foco na abordagem bayesiana para a produção de projeções probabilísticas.
O II Seminário Nacional ocorreu no formato remoto, em decorrência da pandemia, já sob a coordenação do professor Járvis Campos, atual coordenador do CPED, e em parceria com o GT População, Espaço e Ambiente GTPOPEA, também da ABEP. Houve uma ampla participação de pesquisadores, inclusive internacionais, e que foram fundamentais para o crescimento do comitê. Nos últimos anos têm se observado avanços no uso de dados e métodos espaciais para a produção de estimativas de população, com destaque para o surgimento de alguns projetos globais que se dedicam à produção e disponibilização de estimativas populacionais anuais, a partir de grades celulares. Como se trata de uma área de interesse tanto do CPED como GTPOPEA, foram convidados os coordenadores dos principais projetos globais, a saber: Andrew Tatem (Worldpop Project, da Universidade de Southampton); Sérgio Freire (Global Human Settlement Layer GHSL JRC/Comitê Europeu); e Susana Adamo (CIESIN/Universidade de Columbia, membro do GPW); e que compuseram as mesas de abertura e encerramento do evento. Além disso, foram ofertados minicursos com foco em bases de dados espaciais para a produção de estimativas e projeções.
Este III Seminário ocorrerá no Sudeste, na cidade de Juiz de Fora/MG, na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), com o objetivo de diversificar a realização do evento em diferentes regiões do País, além de estimular e facilitar a participação de pesquisadores, dado que três dos quatro programas de pós-graduação estão localizados no Sudeste (Unicamp, UFMG e ENCE/IBGE). Isso faz de Juiz de Fora uma localização estratégica (como centro médio ponderado) dessas instituições, com destaque para a proximidade ao IBGE, localizado no Rio de Janeiro.