Palestrante

MARCELO ALVES RAMOS

Possui Pós-Doutorado em Ecologia (CAPES/PNPD), Doutorado em Botânica pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) com estágio sanduíche na Universidade do Porto (Portugal), Mestrado em Ciências Florestais e Graduação em Ciências Biológicas pela mesma instituição. Atualmente é Professor Associado (Livre Docente) da Universidade de Pernambuco (UPE), e atua como professor dos seguintes programa de pós-graduação: a) Educação (nível mestrado); b) Ciências e Tecnologia Ambiental (nível mestrado); c) Etnobiologia e Conservação da Natureza (nível: mestrado e doutorado). Atualmente é bolsista produtividade do CNPq na área de ciências ambientais, e coordena o Laboratório de Estudos Etnobiológicos (LEET) da UPE. Desde o ano de 2018 exerce a função de Coordenador Geral de Pesquisa da Pró-reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa e Inovação da UPE. Em suas pesquisas tem atuado, principalmente, dentro da interface Ecologia, Etnobiologia, Conservação e Educação, avaliando de que forma populações humanas relacionam-se com os recursos naturais disponíveis no ambiente que as cercam.

PALESTRA-A dinâmica do conhecimento ecológico tradicional e a conservação da diversidade biocultural

PALESTRA: o conhecimento que diferentes grupos humanos desenvolvem sobre os ambientes e recursos naturais é conhecido dentro da etnobiologia como conhecimento ecológico tradicional (CET) ou conhecimento ecológico local (CEL). Tais conhecimentos são consequências do processo de adaptação que as culturas humanas desenvolvem quando entram em contato com o ambiente natural. Apesar de sua importância, a dinâmica do CET/CEL precisa ser melhor compreendida, por se tratar de um componente importante do patrimônio biocultural da terra, e estruturante do nexus ambiente-agricultura-alimentação-saúde, gerado ao longo do tempo na sua relação com a natureza e em função das suas especificidades e diversidades geográficas, culturais e tecnológicas. Mesmo vivendo em uma época de crescimento da consciência e sensibilidade ambiental, a visão de conservação da natureza tem sido focada em estratégias que garantam variedade biológica na terra, em níveis de diversidade genética, espécies e ecossistemas. Este modelo, de forma geral, além de não incluir os seres humanos como parte de uma rede de interdependência, o coloca como algo distinto, separado e, muitas vezes, superior aos outros organismos que compõe a vida no planeta. Assim, será abordado nesta palestra a necessidade de discutir a conservação da diversidade biológica dentro de uma visão mais complexa e holística, incluindo a abordagem da diversidade cultural e dos conhecimentos que as populações humanas desenvolvem em relação aos recursos naturais. Tais discussões são essenciais nos tempos atuais, dada a necessidade de resgatarmos conhecimentos e práticas que estão perdendo valor na sociedade contemporânea, mesmo sendo úteis para solução de diferentes problemas do mundo, como a insegurança alimentar, a saúde e a pobreza.