As Ciências Ambientais no Contexto da Agenda 2030
A Agenda
2030 é resultado de um conjuntomovimentos sociopolíticos que emergiram nas
décadas de 1960 e 1970. Foram movimentos que a partir de suas lutas não só
impulsionaram mudanças no âmbito das relações sociedade e natureza,
representados pelos diversos movimentos ambientalistas, como em diversos outros
aspectos envolvendo direitos sociais e humanos. São dessa época os movimentos
pela paz, os movimentos dos direitos civis dos negros, os movimentos de gênero,
entre outros, que no seu conjunto conformaram o que atualmente se denomina
agenda progressista, formalizada em muitos aspectos nos Objetivos do
Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030. Foram movimentos férteis na
geração de novas visões de mundo, que ao logo dos últimos 60 anos, se
aperfeiçoaram na busca de uma sociedade mais humanista e sustentável e, dentre
outras consequências, impulsionaram arranjos científicos e novos campos de
conhecimento e epistemologias.As ciências ambientais são um desses novos
arranjos científicos interdisciplinares, que reúnemdiversos domínios,como um
campo deinter-ciência, que se desenvolve no bojo da emergência dessas novas
agendas sociais, políticas e econômicasque representam e exigem também novas
epistemológicas. O futuro que queremos não é compatível com o economicismo
que atualmente vivemos, que a despeito de sua capacidade de produção de
riquezas, continua destruindo a natureza e perpetuando mazelas sociais. Assim,
alémdo desafio de produzir novos conhecimentos e aplicações sobre a natureza e
desenvolver tecnologias mais limpas,as Ciências Ambientaistêm como missão
representaruma nova epistemologia, de uma ciênciainter e transdisciplinar,
contextualizada nos diversos territórios e territorialidades, representativados
ideários da Agenda 2030.Doutor em Sociologia (U.C.L. Louvain, Bélgica, 1991) e
pós-doutor (El Colégio de México e PNUMA, 2002). Professor Titular e aposentado
Sênior nos programas de Ciências Sociais (UFPR) e no Doutorado Interdisciplinar
em Meio Ambiente e Desenvolvimento (UFPR), do qual foi coordenador em 1996-98.
Bolsista em Produtividade em Pesquisa (CNPq). Orientador e co-orientador de
mais de 30 teses de doutorado e uma dezena de dissertações de mestrado.
Coordenador da linha e do grupo de pesquisa em Epistemologia e Sociologia
Ambiental. Co-editor da Revista Desenvolvimento e Meio Ambiente. Participa do
GT em Teoria e Ambiente da ANPPAS e é professor visitante do CEDER-ULagos do
Chile. Coordenador acadêmico da Casa Latino-americana (CASLA) de Curitiba,
ex-coordenador do curso de Especialização em Relações Internacionais
(2005-2011), dedicando-se a temas sobre democracia e meio ambiente na América
Latina. Responsável por entrevistas semanais na TV da UFPR, no programa América
Latina Viva. Autor de diversos capítulos de livros e artigos publicados em periódicos
nacionais e internacionais, destacando-se seus livros Conhecimento, Meio
Ambiente e Globalização (Juruá/PNUMA), 2004, com diversas reedições e 'Crítica
da Razão Ambiental: Pensamento e Ação para a Sustentabilidade (Annablume,
2013). Co-autor premiado nacionalmente na categoria livro didático, pelo Prêmio
Jabuti - 2001 e na categoria acadêmica em 2012. Editor da coleção bilingue
(Semeando Novos Rumos - Sembrando Nuevos Senderos) com 6 títulos publicados
pela Editora da UFPR (Rede Internacional Casla-Cepial).
UFRN Abertura - 05/07/2023 08:00 - 09:00