Palestrante

MARCELO MASRUHA RODRIGUES

Livre-Docente em Neurologia. Diretor do Instituto de Neurociência do Espírito Santo e Orientador do Programa de Pós-Graduação em Neurologia e Neurociências da Universidade Federal de São Paulo. Professor da Disciplina de Neurologia Clínica da Universidade Federal de São Paulo (2010-2019) e Chefe do Setor de Neurologia Infantil do Departamento de Neurologia e Neurocirurgia da Universidade Federal de São Paulo (2018-2019). Graduação em Medicina pela Universidade Federal do Espírito Santo (2000), doutorado em Ciências (Neurologia) pela Universidade Federal de São Paulo (2007), pós-doutorado em Ciências (Neurologia) pela Universidade Federal de São Paulo (2012) e Livre-Docência em Neurologia pela Universidade Federal de São Paulo (2017). Título de especialista em Neurologia pela Academia Brasileira de Neurologia. Título de área de atuação em Neurologia Pediátrica pela Academia Brasileira de Neurologia e Sociedade Brasileira de Pediatria. Título de área de atuação em Neurofisiologia Clínica (Eletroencefalografia) pela Sociedade Brasileira de Neurofisiologia Clínica. Ex-presidente da Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil (2014-2015). Membro da Comissão de Ensino da Academia Brasileira de Neurologia (2016-2018).

Paralisia Cerebral: Diagnósticos Diferenciais

A paralisia cerebral (PC) é um grupo de síndromes que causam espasticidade não progressiva, ataxia ou movimentos involuntários; não é um distúrbio específico ou uma síndrome única. As síndromes de PC ocorrem em 0,1 a 0,2% das crianças e afetam até 15% dos prematuros. A etiologia da paralisia cerebral é multifatorial, sendo às vezes muito difícil estabelecer uma causa específica. A prematuridade, os distúrbios intrauterinos, a encefalopatia neonatal e a icterícia nuclear geralmente contribuem para o processo. Fatores perinatais (p. ex., asfixia perinatal, acidentes vasculares, infecções do sistema nervoso central) são provavelmente responsáveis por 15 a 20% dos casos. A PC deve ser diferenciada dos distúrbios neurológicos hereditários progressivos e daqueles que necessitam de cirurgia ou outros tratamentos neurológicos específicos. As formas atáxicas são particularmente difíceis de distinguir, e em muitas crianças com ataxia persistente pode-se identificar como causa um distúrbio degenerativo cerebelar progressivo. Nesse sentido, é de grande importância atentar-se às possíveis causas de paralisia cerebral nas crianças!